segunda-feira, 25 de junho de 2012

Burzum

O fim de uma era de uma banda de black metal chamada Mayhem da origem a uma nova banda chamada Burzum ...
O Burzum é uma banda de black metal de Varg Vikernes (ou Count Grishnackh), no qual ele toca todos os instrumentos. Apenas no EP Aske de 1993 que Vikernes contou com a participação de Samoth - integrante da banda Emperor - no baixo. Em 1991 surgia a primeira demonstração do Burzum, e em 1992, um álbum auto-intitulado Burzum foi lançado pela gravadora Deathlike Silence de Euronymous (líder do Mayhem). O nome da banda, assim como o nome "Grishnackh", foram tirados do livro de aventura fantástica "O Senhor dos Anéis", de J.R.R. Tolkien. "Burzum" é uma das palavras que estão escritas em Língua Negra no Anel de Sauron, a última sentença é "ash nazg durbabatuluk agh burzum ishi krimpatul", que significa "um anel para atrair todos eles e uni-los através da escuridão". Burzum seria "escuridão".
No início, o Burzum se chamava Uruk-Hai e contava com alguns amigos de Varg Vikernes. O projeto foi abandonado pois Varg assumiria a guitarra na banda de black metal Old Funeral. Vikernes voltou com o Uruk-Hai, mas como "era um novo começo, então eu precisava de um novo nome", foi renomeado para Burzum. Surgiu como black metal, mas Varg nunca foi satanista e não mostrava pensamentos satânicos, apenas apresentava idéias anticristãs (Vikernes repudia as religiões judaico-cristãs) e paganismo. O Paganismo vinha relacionado diretamente às raízes culturais nórdicas em geral, como a mitologia e sua história. Porém a distância causada por esse dualismo ideológico foi aumentando a cada álbum lançado, e a partir de seus últimos álbuns intitulados "Daudi Baldrs" (1997) e "Hlidskjalf" (1999) o Burzum deixava de fazer parte do black metal, tanto na temática abordada quanto musicalmente, pois substituía todos os antigos instrumentos por apenas um teclado e fazendo um estilo de música denominado Ambient - sendo o Dead Can Dance uma de suas inspirações para isto e a distância de instrumentos como a guitarra elétrica por "motivos de segurança".
Ele não se interessava por Satanismo ou por outras "criações cristãs", e sim pelos deuses nórdicos e pela "redescoberta da verdadeira raça norueguesa e sua cultura". Assim, o criador do Burzum abandonou a temática anticristã e se auto-afirmava ser um viking, defendendo ideias que engrandeciam a própria raça nórdica. Seu orgulho e adoração pela cultura nórdica eram tantos que foi inevitável sua aproximação com o nazismo, embora Varg não seja nazista.
Em 1993, Vikernes matou a facadas Øystein Aarseth, ou Euronymous, seu colega e integrante da banda Mayhem devido a inveja que Euronymous sentia de Varg por roubar o espaço dele no cenário black metal e por Vikernes desmascarar suas mentiras, mas ele não pensou em matar Aarseth e sim o contrário, estava em posição de auto-defesa. Em 1999, Varg confirma o fim do seu projeto, e o Burzum acaba. No dia 22 de maio de 2009 (dez anos depois ter confirmado o fim do Burzum), Varg Vikernes deixa a prisão e começa a gravar um novo álbum. Inicialmente o nome deste álbum seria "Den Hvite Guden", porém Varg preferiu mudar o título para Belus. O Burzum renasce em 8 de março de 2010 com o esperado álbum Belus, depois de 11 anos, com a sonoridade parecida com Hvis Lyset Tar Oss e Filosofem. O álbum não apresenta conteúdo de religioso ou anti-religião.
Por diversas vezes tem o seu estilo tido como black_metal. Varg também destaca-se pela composição de músicas ambientes, daí outro título dado a sua música, "ambient black metal", que sugerem escuridão, isolamento, introspecção, notando-se influências surrealistas em sua música, ao tentar comunicar-se com o íntimo de cada um, por extensão, com o subconsciente.
Tal variedade de classificações dadas a sua música é o reflexo da extrema complexidade a que alcançou. Vikernes também possui em suas músicas caráter minimalista que, de modo geral vai se acentuando no decorrer dos álbuns e atinge seu ponto alto nos dois últimos : "Dauði Baldrs" e "Hliðskjálf".
Diferentemente dos outros grupos de Heavy Metal, ele propõe uma abordagem pós-moderna da música, com temas e até mesmo um instrumental diferenciado; despindo-se das amarras do belo convencional, propõe novas formas de expressão, que são plenamente entendidas quando analisa-se as verdadeiras razões do uso de uma sonoridade tão inconvencional.
Para compreender Burzum e Varg Vikernes, se faz necessário o conhecimento das idéias do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (notadamente as apresentadas nos livros "Genealogia da Moral" e "O Anticristo"). Varg Vikernes discute, de modo breve, porém objetivo, questões apontadas anteriormente pelo filósofo, como a descristianização, crítica a moral, crítica ao Racionalismo e até mesmo temas mais íntimos como o existencialismo. Ele, porém, mostra-se original ao adotar o nacionalismo como tema de suas músicas mesmo tendo como influência Nietzsche que demonstra clara aversão a esta idéia. O instrumental destaca-se por não mostrar-se claro, nem complexo em visão técnica, porém com grande densidade psicológica, complementando assim, as letras.
Canções sugeridas para análise:
  • Lost Wisdom (em português: conhecimento perdido): Crítica ao Cristianismo, expõe a questão levantada pela física quântica e por vários filósofos da existência de outros planos ou realidades coexistentes que são negados pela Igreja cristã e por diversas religiões.
  • Jesu' Tod (em português: a morte de Jesus): possivelmente uma apologia à frase "Deus está morto" ("Gott ist tod") do filósofo Nietzsche, possivelmente também uma apologia a outra frase do mesmo filósofo: "Deus está morto, mas o seu cadáver permanece insepulto". Varg descreve, no decorrer da música, o cadáver de Jesus, e, diferentemente do que se imagina, ele contamina a natureza pois é a antinatureza. Nessa música torna-se clara a inversão de valores: o santo, o sacro, o sagrado e intocável é justamente o antinatural.
"A figure laid on the ground/
So malicious, that the flowers around him withered/
A dark soul laid on the ground/
So cold, that all water changed into ice/
A shadow fell over the woods/
As the figure's soul withered towards it/
Because the figure's soul was a shadow/
A shadow of the forces of evil"
  • Dunkelheit (em português: escuridão): Crítica ao Racionalismo, proposta de convite ao sonho.
  • Beholding The Daughters Of The Firmament: é uma música com caráter existencialista, para maior exatidão no termo, intimista. Trata de perguntas comuns a todos os seres humanos, não esquecendo obviamente da crítica ao cristianismo que quase sempre acompanha suas músicas e, de uma forma ou de outra, encontra-se incrustado em sua música:
"Eu gostaria de saber o por quê de que a vida deve ser
Uma vida que dura eternamente"
Ou até mesmo:
"Todo inverno tem um frio diferente
Em todo inverno eu me sinto tão velho
Tão velho como a noite
Tão velho quanto o frio terrível"
A estrofe acima e a interpretação de toda as estrofes da música exprimem a idéia de que o mundo apresenta-se diferente não somente porque a natureza muda, mas porque mudamos internamente e, acompanhada dessa mudança interna vem a percepção, ou seja; a percepção muda quando nós mudamos. O inverno é uma metáfora para o fim de um ciclo, quando nos sentimos mais fracos, daí a metáfora: "em todo inverno eu me sinto tão velho".


The end of an era of a black metal band called Mayhem gives rise to a new band called Burzum ...The Burzum is a black metal band of Varg Vikernes (Count or Grishnackh), in which he plays all the instruments. Only the 1993 EP Aske Vikernes had the participation of Samoth - member of the band Emperor - on bass. In 1991 came the first demonstration of Burzum, and in 1992, a self-titled album was released by Burzum record label Deathlike Silence of Euronymous (Mayhem leader). The band's name, and the name "Grishnackh" were taken from the book of fantasy adventure "The Lord of the Rings" by JRR Tolkien. "Burzum" is one of the words that are written in Black Speech on the Ring of Sauron, the last sentence is "ash nazg agh burzum ishi durbabatuluk krimpatul" which means "one ring to attract all of them and unite them through the darkness." Burzum is "darkness."In the beginning, Burzum was called Uruk-Hai and had some friends of Varg Vikernes. The project was abandoned because Varg would take the guitar in black metal band Old Funeral. Vikernes came back with the Uruk-Hai, but "was a new beginning, so I needed a new name," was renamed to Burzum. Appeared as black metal, but Varg was never a Satanist and showed no satanic thoughts, ideas only had unchristian (Vikernes rejects the Judeo-Christian religions) and paganism. Paganism was directly related to the cultural roots Nordic in general, as the mythology and history. But the gap caused by the ideological dualism was increasing every album released, and from his last album entitled "Daudi Baldrs" (1997) and "Hlidskjalf" (1999) Burzum ceased to be part of black metal, both in the selected theme and musically, it replaced all the old instruments by a single keyboard and doing a style of music called Ambient - Dead Can Dance is one of his inspirations for this distance and instruments like the electric guitar for "security reasons".He was not interested in Satanism or other "creations Christian," but by the Norse gods and the "rediscovery of the true Norwegian race and culture." Thus, the creator of Burzum abandoned the anti-Christian themes and self-claimed to be a Viking, defending the very ideas that magnified the Nordic race. His pride and adoration for Nordic culture were so many that it was inevitable rapprochement with Nazism, although Varg is not a Nazi.In 1993, Vikernes murdered Øystein Aarseth stabbing, or Euronymous, his colleague and member of the band Mayhem because of envy that feeling of Euronymous by Varg stealing his space in the black metal scene and Vikernes expose their lies, but he did not think about killing Aarseth, but otherwise was in a position of self-defense. In 1999, Varg confirms the end of your project, Burzum and ends. On May 22, 2009 (ten years after having confirmed the end of Burzum) Varg Vikernes leaves prison and begins recording a new album. Initially the name of this album would be "Den Hvite Guden," but Varg chose to change the title to Belus. The Burzum reborn on March 8, 2010 with anticipated album Belus, after 11 years, with sounds like Hvis Lyset Tar Oss and Filosofem. The album does not contain content of religious or anti-religion.Several times has your style black_metal considered. Varg also distinguishes itself by the composition of ambient music, then another title given to his music "ambient black metal" that suggest darkness, isolation, introspection, noting surrealist influences in his music, trying to communicate with the intimate each, by extension, with the subconscious.This range of ratings given his music reflects the extreme complexity that has reached. Vikernes also has in its character minimalist music in general will be stressing over the album and reaches its high point in the last two: "Dauði Baldrs" and "Hliðskjálf."Unlike other groups of Heavy Metal, he proposes a post-modern music, with themes and even a different instrument, stripping them from the shackles of conventional beauty, proposes new forms of expression, which are fully understood when we analyze the real reasons for the use of a sound so unconventional.To understand Burzum and Varg Vikernes, it is necessary the knowledge of the ideas of German philosopher Friedrich Nietzsche (especially those presented in the book "Genealogy of Morals" and "Antichrist"). Varg Vikernes discusses, briefly, but objective, issues raised earlier by the philosopher, as the de, criticism of moral critique of rationalism and even more intimate topics such as existentialism. He, however, proves to be unique to adopted nationalism as the theme of his songs even though Nietzsche as an influence that demonstrates clear aversion to the idea. The instrument stands out for not showing up course, not complex technical vision, but with great psychological density, thus complementing the lyrics.Songs suggested for analysis:Lost Wisdom (in Portuguese: lost knowledge): Critique of Christianity, exposes the issue raised by quantum physics and various philosophers of the existence of other plans or coexisting realities that are denied by the Christian Church and other religions.Jesu 'Tod (in Portuguese: the death of Jesus): possibly an apology to the phrase "God is dead" ("Gott ist tod") of the philosopher Nietzsche, possibly also an apology to another sentence of the philosopher: "God is dead, but his corpse remains unburied. " Varg describes, during the music, the body of Jesus, and, unlike what one might imagine, because it contaminates the nature is anti-nature. In this song it becomes clear the inversion of values: the holy, the sacred, the sacred and untouchable is just the unnatural."A figure laid on the ground /So malicious, that 'the withered flowers around hin /A dark soul laid on the ground /So cold, that 'all water changed into ice /A shadow fell over the woods /As the figure's soul withered Towards it /Because the figure's soul was a shadow /The shadow of the forces of evil "Dunkelheit (in Portuguese: darkness): Critique of Rationalism is proposed invitation to dream.Beholding The Daughters Of The Firmament: Music is an existentialist in character, for greater accuracy in the term, intimate. These questions are common to all human beings, not forgetting of course the critique of Christianity which almost always accompanies their music and, in one form or another, is embedded in his music:"I wonder why that life should beA life that lasts forever "Or even:"Every winter is different from a coldIn every winter I feel so oldAs old as the nightAs old as the bitter cold "The verse above and the interpretation of all the verses of the song expresses the idea that the world presents itself differently not only because nature changes, but because we moved house, and accompanied by such internal change is the perception, ie, the perception changes when we change. Winter is a metaphor for the end of a cycle, when we feel weak, hence the metaphor: "in every winter I feel so old."



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